Never Too Late
O trem chega.
Olho ansiosa a estação
surgindo pequena e branca,
acolhedora como um coração amoroso.
Será que ele me acolherá assim?
Tomar-me-a nos braços, ofegante,
buscando esquecer em minha boca
o amargor da partida?
Lapidei-te em meus sonhos,
todas as noites, amado meu
E a tua lembrança tomou cada sombra do meu quarto
e o iluminou a doçura de teu sorriso
Todas as mariposas da saudade batem asas ao redor desta luz
E meu coração se ressente tanto, tanto...
Imaginando-te só, na plataforma, curvado pelo silêncio,
Voltando para uma casa vazia.
Onde estou eu, que não te espero nesta hora?
Por onde vou, que não são em tua direção os passos meus?
Ninguém agora te recebe num abraço...
Recolho os fios negros da saudade. Meu coração os enovela,
e forma um ninho para a esperança.
O trem pára, debruço-me à janela...
Ele está lá...! Ele está lá.
Voltei.
Bíndi