sábado, 15 de agosto de 2015

Tudo por um grande amor...sempre e eternamente



Então, naquele dia, senti um calor enorme me envolvendo, e me virei
E vi teus olhos, doces, ternos, tímidos me olhando
Olhar que nunca, em dia algum, esquecerei,
pois foi o primeiro raio de sol desse amor me acariciando.
Fomos felizes, por dias, meses, como borboletas soltas no jardim
Nada nos preocupava, o mundo era só nosso, e puro encanto
Mas a vida tinha outros, bem diversos planos para mim.

O envelope branco, imaculado, lacrado ainda em seus mistérios
Era o selo do meu destino, também do teu, por conseguinte
E veio a ser o que eu temia, portador triste de um problema sério
Que me afastaria do mundo e do teu amor, talvez pra sempre.
Doente eu estava...e em meu desespero desejava te poupar
Do sofrimento de acompanhar de perto minha peregrinação
Portanto preferi de ti me afastar assim, abruptamente
Pois sei que a raiva te doeria menos do que a compaixão.

De egoísmo me acusaram, de leviana e de fraca confiança
Pois o amor, disseram, é para todos os momentos,
sejam de alegria, de tristeza, de saúde ou de doença...
Vaidade, talvez...? Piedade, fraqueza, não sei...talvez possas nomear assim.
O turbilhão de sentimentos que acolhi no peito me debilitara tanto
Que mesmo nosso luminoso amor não o conseguiu desvencilhar de mim.

Hoje, curada e forte, sei que talvez tenha perdido a minha chance
Pois mesmo sabendo que venci a morte, posso não eliminar a dor do desencanto.
Estou aqui, agora, em frente à tua porta. Ainda estão lá aquelas violetas
que contigo cultivei, e que amavas tanto.
Aquela rachadura na parede é nova...as janelas parecem de outra cor.
Pergunto-me se haverá espaço pra mim em tua vida ainda,
Ou se já o destes a um novo e mais seguro amor.

Ouço passos lá dentro em direção à porta...
Aprumo-me em uma onda de nervosa inquietação
O que dirás, se vir à tua frente aquela que talvez já morta
Estava, e sepultada para sempre no teu coração?

Teu rosto eu vejo, sob a vidraça embaciada pela chuva fria
Nunca esquecerei, por certo, a tua exclamação brejeira
Aqui estou, entregue à tua decisão que me fará contente ou triste
Pois minha vida, eu a resgatei da morte para te entregar inteira. 

Bíndi

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