sexta-feira, 26 de abril de 2013

Malaika



Malaika

Ao aqui chegar, não soube perceber a diferença de existir fora dum corpo de carne e osso, denso e amortecido para as coisas do além.
Muito me surpreendi, até assustei-me com as novidades que surgiam ao meu olhar, as infinitas formas de pensamentos e entendimentos, mas todas dentro dum padrão de lei cósmica...
No início, confesso que muito sofri por saudades da vida que eu tinha, das pessoas que me cercavam e que eu tinha por amigos e amigas, das coisas que fazia na minha vida vegetativa, preso num corpo inerte e sem a visão desse todo ao qual pertencemos.

Desnecessário seria agora explicar por tudo que passei, mas posso dizer-lhes que obedecemos leis de retorno, que tudo obedece a uma mecânica gigante, muito além do que qualquer mente humana possa  pensar ou imaginar nas suas mais inspiradas poesias ou teses.

Ao longo dos anos percebi que minha individualidade, na verdade, era múltipla, pois me foi permitido lembrar de muitas outras vidas que tive...natural então que eu me perguntasse: afinal, quem sou?
Alguns mentores me falavam coisas esquisitas demais para o meu entendimento, então comecei a perceber que eu não era quem pensava ser, ou seja, não sou uma personalidade fixa e imutável, muito ao contrário...todos caminham para um despertar infinito.

Não posso lhes dizer que isso se faça de súbito, não...é algo muito lento, pois se limita na nossa compreensão manipulada por séculos de convivência em costumes equivocados, ensinamentos distorcidos que recebemos de nossos pais, que aprenderam com seus pais e assim por diante...fomos colocados num mundo de esquecimento temporário de quem somos...
Ao perceber que sou parte duma fonte que se expandiu por tudo que existe, me desfiz de muitos valores aos quais eu dava importância demasiada.
Ainda posso pensar como "eu", embora sinta que não existo como indivíduo, mas que faço uma viagem de reacoplamento magnético e natural com a fonte de origem. É como se eu me sentisse o todo, é como se estivesse entrando na natureza e me sentindo esse tudo, percebendo que só existe esse tudo que se transforma e nada mais...

Nós somos um, apenas um, de origem além da nossa capacidade de compreensão: somos o sol, as nuvens e as estrelas, somos os animais, as plantas, mas acima de tudo somos amor, pois tudo isso é apenas a manifestação de algo maior que se fez "real",  posso sentir que o sentimento é a verdadeira realidade, sei que sabedorias são partes desse amor sublime e infinito...posso dizer que somos tudo e nada, pois não somos quem pensamos ser, mas somos manifestações do amor sublime e divino que se subdividiu em nós...somos o próprio amor...e no dia em que despertarmos para esse tudo, então seremos paz e luz...saberemos que somos UM.

Ainda habito num corpo, embora bem menos denso que o de carne e osso,  que pareceria sem forma aos olhos humanos, mas sei que corpos individualizados são o resultado de uma condensação de energias. Como a água é formada de (H2) e (O), nossos corpos densos ou menos densos, são o resultado de uma transformação da energia cósmica que tudo originou..à medida em que abrimos a consciência cósmica, podemos habitar em formas fluídicas que abrigam a energia da alma, nos misturamos aos fluidos cósmicos que nos permeiam...fundindo-nos ao tudo do qual viemos...liberando a energia densa para padrões de menos densidade, escalando dimensões de entendimentos, na proporção de nossa abertura consciencial nesse universo de amor e paz que nos guarda.

A grande sabedoria é o próprio amor, sereno, passivo, do qual tudo foi feito, abrigando seus filhos no útero atômico universal, que revelará o verdadeiro ser para padrões fora de nossa compreensão.

Não há solidão, pois formamos uma família...não há julgamentos, pois somos oriundos, todos, duma causa primária que se subdividiu em partículas, numa hierarquia energética de vários padrões...uma mesma energia que formou o todo... por isso devemos olhar para tudo como se olhássemos para nós mesmos, pois tudo é um...somos as árvores, somos os animais, somos as estrelas, somos o universo...filhos duma só fonte, como células de um mesmo corpo.

Nosso pensamento atinge o infinito, pois somos um só fluido universal, daí a importância de formarmos bons pensamentos, para assim obtermos boas energias ao nosso derredor: eleva teu pensamento e ouvirás o cântico da paz celestial que te absorverá os sentidos.

Segue, portanto, ser de luz, plantando amor e paz, mesmo que as dores hoje te façam lacrimejar, te fazendo duvidar até mesmo da criação, mas lembra-te...a ostra guarda a pérola...e o diamante só brilha sob o rigor da lapidação!!

Ghost


*Malaika é uma canção Swahili. Malaika geralmente significa anjo em Swahili . Como é o caso com muitas palavras em suaíli, é em última análise derivado do árabe. Um significado Swahili alternativa é um " bebê "ou" criança pequena ",  portanto, pelo menos, uma versão particular tradicional da canção intitulada Malaika sendo comumente usado como uma canção de ninar em todo leste da África . Dos melhores versões de músicas conhecidas é possivelmente a mais famosa canção de amor em queniano música pop , além de ser um dos mais conhecida de todas as músicas suaíli.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Ensaios para ser gente




Numa certa manhã, num dia comum, eu me dirigia ao trabalho, preocupada e aborrecida...como as distâncias são imensas nessas cidades abarrotadas...! Dez minutos parecem dez dias no barulho infernal do trânsito. Parei num cruzamento, movimentado, onde pensei ficar por um bom tempo esperando os carros cruzarem indiferentes e velozes até conseguir seguir meu caminho. De repente, um deles parou, e me deu espaço para que eu cruzasse. Naquele momento,  um raiozinho de luz atravessou meu peito, furando a sombra de aborrecimento que me cercava...foi um gesto tão simples, que me surpreendeu por ser inesperado e desinteressado, mas que conseguiu mudar o rumo do meu pensamento, que ia por um monótono mastigar de melancolia, e tomou um caminho de agradecimento pela pequena esperança que a gentileza me concedeu...



Uma amiga, protetora de animais abandonados, costumava levar um saco de ração e galões de água em seu carro. Quando passava por lugares em que via animais abandonados, parava e deixava um pouco à beira do caminho, para que os tristes cães e gatos tivessem uma refeição para o dia. Certa vez, alguém que a acompanhava questionou o porquê daquilo: se ela não passasse mais por ali, no outro dia faltaria novamente comida àqueles animais..."Eu dei a eles mais um dia de vida", disse ela..." Talvez seja hoje ou amanhã que alguém olhará para eles com humanidade, e se decidirá a alimentá-los sempre, ou adotá-los, e este dia fará diferença...dei a eles mais uma chance...Muitas vezes, tudo o que precisamos, é apenas mais um dia."




Nunca deveríamos nos envergonhar de fazer pequenos gestos...um pequeno bom dia, um pequeno sorriso, um poeminha alegre, aquele copo de água gelado que nada nos custou mas que fará tanta diferença para o cansaço do vendedor ambulante naquele escaldante verão...muitas vezes esperamos oportunidade de grandes atos fraternos, e nos tolhemos os gestos humildemente humanos...mas a gentileza é a fraternidade em pequenos goles, o heroísmo em doses miúdas. Os pequenos milagres não são menos milagres.


 Bíndi
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